Indicadores Macroeconômicos são Favoráveis ao Crescimento do Consumo de Lácteos
29, maio, 2024Os indicadores macroeconômicos brasileiros são favoráveis ao crescimento do consumo de lácteos para o PIB no curto prazo. As previsões do PIB têm mostrado sucessivas revisões para cima, com crescimento previsto entre 2% e 2,5% para 2024.
A renda média per capita está em recuperação, com melhoria da massa real de rendimentos. A inflação sob controle permite redução da perda do poder de compra dos consumidores e o mercado de trabalho vem mostrando bons indicadores em relação a emprego. Dessa forma, o comércio acumula em 12 meses um crescimento de 2% em seu volume de vendas. Os supermercados tem apresentado resultado superior, com expansão de 4,5% em 12 meses.
As importações de leite e derivados que começaram o ano em desaceleração, voltaram a crescer em abril e acumulam variação positiva de 16% no primeiro quadrimestre de 2024, em relação ao mesmo período de 2023. Já o crescimento das exportações foi expressivo, acumulando no mesmo período 56% de alta, mas com volumes modestos.
O saldo da balança comercial de lácteos ficou negativo em 708 milhões de litros no período. A captação de leite continua aumentando no país, com o acumulado em 12 meses até março subindo 3,2% segundo dados preliminares do IBGE.
Os preços dos lácteos no varejo tiveram alta de 0,94% em abril. O leite longa vida e o leite em pó sofreram reajustes nos últimos quatro meses elevando os preços deste grupo de alimentos. Os queijos, por sua vez, também tiveram variação positiva, mas abaixo da observada no IPCA, ajudando a conter o indicador.
O aumento do preço do leite spot em Minas Gerais na última quinzena foi expressivo, de 18% refletindo o momento de entressafra e menor disponibilidade interna de leite, ainda que as importações continuem elevadas. Os mercados de leite UHT e queijo mssarela indicaram altas importantes também nas últimas semanas. Neste sentido, a tendência é que os preços ao produtor sigam também com valorização no curto prazo.
No caso do custo de produção do leite, o mês de abril registrou nova queda, de 1,5%. No primeiro quadrimestre a queda é de 4,8% e na comparação anual, o recuo atingiu 5,6%. Portanto, um cenário de curto prazo melhor para o pecuarista, com alta no preço do leite e recuo no custo de produção.No entanto, o momento sugere atenção em função dos impactos negativos das enchentes no RS sobre o setor lácteo e outros setores do agronegócio, inclusive aqueles que impactam o custo de produção de leite.
Fonte: Publicado Valéria Hamann, em eDairyNews, 28 de maio de 2024